sábado, 30 de abril de 2011

O Sol e a Lua - Pequeno Cidadão (Arnaldo Antunes)

O Sol pediu a Lua em casamento disse que já a amava há muito tempo
Desde a época dos dinossauros, pterodátilos, tiranossauros..
Quando nem existia a bicicleta nem o velotrol nem a motocicleta
Mas a lua achou aquilo tão estranho, uma bola quente que nem toma banho
Imagine só ___ tenha dó
Pois meu coração nao pertece a ninguém
Só a inspirações de todos os casais, dos grandes poetas aos mais normais
Sai pra la rapaz!
O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
E 24 horas depois o Sol nasceu a Lua se pôs e..

O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
O Sol congelou seu coração
Mas o astro rei
Com todos os seus planetas,
Cometas, asteroides,
Terra, Marte, Vênus, Netúnos e Urânos
Foi se apaixonar justo por ela,
Que o despresa e o deixa esperar.
Acontece que o Sol não se conformou
Foi pedir ao Vento para lhe ajudar,
Mas o Vento nem se quer parou
Pois não tinha tempo para conversar
O Sol sem saber mais o que fazer
Tanto amor pra dar,
E começou a chorar,
E a derreter,
Começou a chover, e a molhar,
E a escurecer.
O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
E 24 horas se passaram e outra vez o Sol se pôs, a Lua nasceu
E de novo e de novo e de novo...
O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
O Sol congelou seu coração
Se a Lua não te quer, tudo bem.
Voce é lindo cara e seu brilho vai muito mais além!
Um dia você vai encontrar alguém que com certeza vai te amar também.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Eclipse

Não seja panglossiano diante do abismo
A não ser que saiba voar ou pretende mesmo este fim
A crueza do próximo passo só existirá com ele
Por que não ousa retroceder?
Afaste-se, não se envergonhe
Aproveite que ainda tem pernas para te obedecer
Encare-o novamente à distância segura
Espere pelo tempo ou construa sua ponte
Em ambos os casos ainda possui o poder da escolha
A força do recomeço, do renascer a cada dia
Seja sol!
Acorde toda manhã e faça seu dever
Não falhe um dia sequer
Por mais nuvens que apareçam, esteja sempre lá
Forte como o astro rei
Vá dormir quando a lua chegar, ou aqueça outros ares
Mas vá com a certeza da missão cumprida
Vá sabendo da importância de seu despertar
Quantos tantos dependem de sua luz
Quantos tantos deveriam aprender com ti
Sendo simples, direto, objetivo, infalível
Sem fases, nem descanso
Mas não sem um propósito
A paixão te faz assim, trabalhador sem fim
Cada dia te torna mais próximo
De saciar teu secreto desejo
De encontrar com tua amada
Cada dia te torna mais viril
Aguardando o grande presente
Cada dia te torna mais a fim
De beijar a amada lua
Num eclipse sem fim
Não pela duração, mas pela intensidade
Saciando a vontade
De quem faz o dia
A trilha da saudade!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Convite elíptico de um sujeito

Boa noite,

Estava vindo com certa produtividade de textos antes de criar o blog, cerca de dois por mês, que eram escritos sem hora marcada, em momentos diversos. Não era raro surgir palavras as quais tinha que procurar no dicionário, palavras estas que surgiam como por encanto, encaixando nos textos, moldando sua estrutura, se fazendo presente mesmo que de presente.

E assim vinha, sem obrigações, sem cobranças, sem leitores, deixando-me levar, escrevendo quando sentia que as palavras estavam por si só se organizando precisando de alguém para registrá-las. E este era o meu papel, ser amigo destas palavras, fazer com que elas pudessem ser lidas, compreendidas, às vezes sentidas.

Criei o blog na ânsia de compartilhar esta organização de palavras, de compartilhar os sentimentos que as palavras acabam despertando dentro de nós, das lembranças, da insegurança do presente, do medo do futuro que não nos pertence, da abstração do amanhã, pois quando chega vira hoje ... e é hoje que devemos fazer, é no hoje que devemos nos preocupar, é no hoje que está a oportunidade de ser melhor, de se sentir melhor e de fazer os outros se sentirem melhores.

Desta forma, reintero o convite para participar deste blog sempre que desejar.

Entre, sinta-se à vontade! Leia alguns textos, ouça algumas músicas, veja alguns dos livros que li e recomendo, envie textos para publicação, comente os publicados, ordene as palavras expressando sua vontade.

Espero que encontre o refúgio seguro para momentos de introspecção (perdão pelo paradoxo) e autoconhecimento.

Seja muito bem vindo!

Não há de ser nada (Fernando Anitelli)

Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
O abraço de um vampiro é o sorriso de um amigo e mais nada
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi
E hoje não a encontrei
Pois caiu no mar, e se apagou
Se souber nadar, faça-me o favor
O milagre que esperei nunca me aconteceu
Quem sabe só você
Pra trazer o que já é meu

Brilha onde estiver
Faz da lágrima o sangue que nos deixa de pé


Pensei que fosse o céu (Vander Lee)

Estou aqui mas esqueci
Minha alma num hotel
Meu coração na caneta
Meus desejos num papel
Eu vinha sem retrovisor
Um rosto estranho me chamou
E a minha pele não me coube mais
A sorte veio e me encontrou
Na corda bamba do amor
Meus dias nunca mais serão iguais
Estava ali, me confundi
Pensei que fosse o céu
O azul do mar me chamou
E eu pulei de roupa e de chapéu
A onda veio e me levou
Desse lugar e agora eu sou
Uma ilusão, a solidão é meu troféu
Aquela foto amarelou
O riso no meu camarim
Felicidade bate a porta e ainda ri de mim

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Alma nua (Vander Lee)

Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima

Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poeta

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Seja

Absorva, abstraia
Deixe levar
Pelo pensamento, pelo desejo
Saia, distraia
Fique, concentre
Ancore, fortaleça


sábado, 9 de abril de 2011

Radiografia

Antes cheia estivesse com palavras
Antes houvesse um raio-x de pensamentos
Tomografia de sentimentos
Mais fácil seria expressar-se
Pelo menos para seres como eu
Complicados e indecisos
Talvez ficasse nítido
Ou pelo menos mais explícito
Identificar de fato o que sinto
Diagnosticar um mal latente
Um ser em transformação
Como um rio!
Que não é o mesmo a cada segundo
Que não se conhece
É sujeito às suas águas
Seu curso te pertence!
Mas lamentavelmente, em seu curso somente
Não há essência, nem garantia de sua existência
Antes fosse então uma lagoa
Por ora à toa, mas sábia
Conhece seus limites!

Escolhas

A mercê de novos ideais
Contra a pressa do tempo
Acertamos em fazer, mesmo errando
A indecisão nos faz perder

A cada escolha, perdemos algo
É o não inevitável para cada sim
As opções são vastas
As conseqüências são dolorosas

Não obstante o medo do futuro
Não opte em não escolher
Não sofra por antecedência
Não tema em se arrepender

A escolha de hoje, mudará seu amanhã
E será entendida olhando para o ontem
Nosso futuro, por ora presente, forma-se no passado
O acaso do ontem será a razão do amanhã

Por mais que medo afete suas escolhas
Confie no coração, confie na existência suprema
Tenha a certeza de que o acaso será compreendido
Pelas entranhas e armadilhas do destino

Viagem filosófica

Mais distantes que a doxa e a episteme
Com hipóteses sem entendimento
Cremos em nossa imaginação
Supondo a verdade suprema

Ainda nas sombras, formando opinião
Longo caminho existe até a razão
Passando pela percepção distorcida
Como em água refletida, embalando a ilusão

Enquanto ego, não sabemos quando thanatos
Mais próximo que imaginemos, distante assim queremos
E neste tempo, escada acima, porta aberta
Coragem e dor ao sair da caverna

Anda-te avante, percebendo o novo
Caminhe firme, mesmo que lento, para não voltar
Descubra a magia da simplicidade do ser
Sonhe por vezes, não tente entender

Colecione novidades, a cada nova idade
Permita-se a latência momentânea
A eminência que destrói o ócio
A criação que realiza, além da fantasia

Valorize-se pelo que é, em cada momento
Erga a cabeça, mais para frente do que para cima
Busque o horizonte, mas enxergue as pedras do caminho
Conheça-te a cada conquista, seja forte a cada tropeço
Motive-se a cada recomeço, antes tarde do que do avesso

De que vale

De que vale a benção de um novo dia
Se tuas perspectivas remetem a frustração do ontem

De que vale o sol, mesmo que encoberto
Se não estás aberto para o presente, um tanto quanto ausente

De que vale a lua, sendo nova ou cheia
Se a esperança é mais minguante que crescente

De que vale um sentimento, mesmo que verdadeiro
Se guardado por inteiro

De que vale uma palavra, mesmo que bela
Se não dita quando espera

De que vale um sorriso, até o mais bonito
Se não tens nos olhos o brilho

De que vale ser forte, mais que o bastante
Se não sabes o fim do próximo instante

De que vale escrever, assim desta maneira
Se a solução vagueia, esperando ação
Nem que seja um ponto final.

Tantas vezes

Tantas vezes paro e espero a inspiração chegar
Tantas vezes espero sem parar o sentimento voltar
Tantas vezes começo sem terminar
Tantas vezes termino sem começar
Tantas vezes não sei o que falar
Tantas vezes me pego a pensar o que me faz parar e esperar
Por esta inspiração que não vem
Por este sentimento que não volta
Num começo sem fim
Num final sem começo
E quando chega a inspiração
Quando volta o sentimento
Minha mente vagueia sem juízo
Por lugares desconhecidos
Por palavras nunca ditas em silêncio percebidas
Chego a tremer e suar, quase choro sorrindo
A lágrima doce da alma que brilha e não rola
Enche os olhos esvaziando o peito
Abrindo o coração para novos sentimentos
Que se mostram e não voltam
Deixando saudade de um começo sem fim
De algo que terminou sem ao menos começar
E assim caminho
Espero, não paro, me levo
Num começo sem fim
Num final sem começo
Não me conheço

Sou pedra como areia

Sou pedra como areia
Sou sal como mar
Navego no nada
Acordo sem levantar

Sou rato como peixe
Sou sempre como às vezes
Protejo os meus na frente
Mais do que eu, somente

Só a mente remete
A emoções sem sentido
Sentindo somente
Só a mente sentindo

Por ares caminho
Por dias divago
Devagar na vida
Divagar na morte
E a sorte ...
Caminha por ares
Divaga por dias
E antes da morte
Talvez a encontre

Um dia eu tive um alguém

Um dia eu tive um alguém
Que tanto me fez bem
Querendo-me mais, além
Alguém especial, único
Pronto para ouvir, sorrir
Escutar ou fingir
Pronto para mim
Completando meu vazio
Sendo a peça que falta
De um quebra-cabeça
Complexo e imperfeito
Envolto em indecisões
Medos e paixões

Mas, e eu?
Também fui alguém
Para este alguém
Cúmplice de sentimentos
De aventuras e desejos
De sonhos não realizáveis
De realizações espontâneas
De risos, sorrisos e olhares
De palavras de carinho
De entendimento sem palavras
De silêncios ensurdecedores

Mas, e nós?
Eu mais este alguém
Alguém eu, deste alguém
Nós vivemos
Fomos, sorrimos
Entreolhamos
Abusamos, gozamos
Fingimos, aumentamos
Definitivamente não ligamos

Mas, e agora?
Muito passado nesta história
Onde está este alguém?
Calma, é assim mesmo!
Não é excesso de passado
É o valor do presente
O valor do agora, da oportunidade
Do nós nascendo, se envolvendo
Acontecendo e morrendo
Latente, iminente
É ter na mente

Redivivo

Seja onde for que nasçam as estrelas

Seja onde surjam os raios do sol

Seja onde o breu se esconde

Seja onde ontem foste o refúgio de outrora

Sendo agora a aurora de um novo ser

Sendo cedo talvez nem tanto

Um tanto tanto tarde ainda em tempo

Já sabia da estrada, das curvas e tropeços

Lamentações sem preço e apreço

Amigos de fato sem afeto

Direito de ser, fazer, sofrer, estar

Crer naquilo que faz suportar

Ser aquilo que faz viver

A suave melodia do entardecer

Coração nobre, porém aflito

Redivivo

No palco da vida

Ainda em cena, palco aberto, interpreta

Faz-se rir com olhos úmidos e lábios trêmulos

Silencia mas não cala, sente o que não devia

Demonstra o que não sente

Sobrevive a vida que não possui

Permite buscar uma dor latente

Sobrepuja o sentimento alheio

Com uma querência desmedida

Imagina seus anseios

No seio da prometida

Querendo guarida, um espelho

Precisa se ver, reconhecer

Atuar para si

Sentir na vida o que no palco domina

Transformar o palco em vida

Abrir a cortina do sentimento

Mesmo que seja para uma platéia vazia

Sem vida

A força do destino

Nada antecede o momento exato das ocasiões

Sobretudo a morte que nos aguarda

A dor que insiste em se fazer presente

A alegria que nos presenteia como bálsamo

Antes deveras, culpar o acaso, o ontem

Mas, forte então é o destino

Que não importa o caminho que sigamos

Os passos que damos, as escolhas que fazemos

O destino sempre encontra, como que por encanto

A maneira mais certa, não tão doce

De fazer valer sua vontade

Em sendo assim, viva o hoje, o agora

Faça dele o melhor momento

Comece com um grand finale

Pois afinal, o final não te pertence

O silêncio te pertence

Assim como teus olhos só enxergam o que quer ver

O tempo e a cura

Do mesmo modo que há coisas que não quero lembrar

Há momentos que não consigo esquecer

Não domino minha memória, nem tampouco meus instintos

Sozinho na estrada de meus pensamentos

Alheio a opiniões e maldizeres

Vou seguindo meu rumo

Trazendo comigo minha bagagem

Minha mala, meu repertório, meus erros

Os acertos não conto, não considero, não pesam

São meros sinais do cumprimento de uma missão

Nada além da obrigação

Não espero nada, de ninguém

E por mais altruísta que sou

Espero sinceramente que não esperem nada de mim

Prefiro um sorriso de alegria e surpresa

A um olhar frustrado, sem alento

Como se as esperanças fossem jogadas ao vento

Cacos de expectativas caindo ao chão

Recorrendo a histerese

E quando, ainda assim, baldo estiver

Só resta aguardar o tempo

Servindo em benefício da recomposição

Do esquecimento, da cura

Do falso crer de novo

Até que o tempo seja útil novamente

E novamente ...

Rimas quase soltas

Não se vende felicidade assim
Nem se compra tristeza ao léu
Suas ações determinarão seu trajeto
Seja para o inferno ou céu

Mas se eu tivesse um chapéu
Dele tiraria um mapa
Que mostraria o caminho
A não ser percorrido sozinho

Muitos tentam nos ajudar
E muitos mais conseguem atrapalhar
A vida deixa rastros, pegadas
Não sabemos onde vai dar

Mas deixo claro a todos
Que mesmo que não saiba meu caminho
Quero descobrir junto dos meus
Quero seguir sem atrapalhar os seus

E isto não quer dizer
Que não nos encontraremos
Há curvas e cruzamentos
Sejamos dignos nestes momentos

Ainda ontem não me conhecia
No espelho nada via
Nem ao menos um norte
Estava jogado à própria sorte

Mas hoje, agora, é diferente
Daqui para frente é o que importa
O nevoeiro do passado servirá
Para ajudar a escolher a porta

O que dizem estas palavras
Algo haver com minha sina?
Creio que só arranjos
Para não perder a rima

O que esperar deste blog?

Neste blog você encontrará textos, pensamentos e devaneios sem pretensão, contexto ou pretexto.
São só palavras ordenadas de acordo com minha vontade momentânea de expressar algo que não necessariamente senti ou vivi ... não necessariamente!

Adicionalmente você encontrará também algumas músicas que acabam se harmonizando com o objetivo deste blog e, mais do que isso, contendo letras que considero verdadeira benção em inspiração na organização das palavras.

Palavras, palavras ... são só palavras ... sua organização que acaba promovendo o sentido e sua vivência promove o despertar do sentimento.

Como Vander Lee espero cuidar deste blog como se fosse um jardim ... revendo minha vida, minha luta, meus valores, refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores.

Não hesite em comentar os textos.
(Confesso que fiquei com receio de pedir isto para você. Vai que eu não goste de seus comentários, como não gosto dos meus quando releio os textos. Bem, em todo caso, entenderei que são só palavras ordenadas de acordo com sua vontade momentânea de expressar algo que não necessariamente sentiu ou viveu ... não necessariamente!)

Seja muito bem vindo!!