Em torpe motivo razoável em questão
Eis que surge no esplendor da aurora
Um verso sentido do inverso que aflora
Sai de lado, de dentro ou de fora
Não cabe no cesto que o guarda por ora
Cesto nefasto que afasta e exprime
O que comprime se cala afoito
Doido varrido sem medo ou juízo
Sem culpa ou agulha
Nem faca nem linha
Que corta e amarra
O que prende e segura
Na busca insana da maldita cura
Pois são quem é? Quem quer?
De outrora a agora, crescente declínio
Impondo respeito, esbarra no peito
Aberto e seguro, tão perto no escuro
Distante de tudo quando rareia
Sozinho incendeia a brasa tão gris
Que assim satisfeito
Se encontra feliz
Enfim feliz
Sem fim