quinta-feira, 28 de junho de 2012

Malogre


De onde vem esta saudade

Que o peito me invade

Que o fogo me acende

Que a alma transcende

Batendo pungente

Com jeito sutil

Provoca arrepio

Sentiu? ...

Mesmo que não

Diga que sim

Fale baixinho

Ao pé do ouvido

O mais doce ruído

Importante pra mim

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Insanidade Compulsória


Em torpe motivo razoável em questão

Eis que surge no esplendor da aurora

Um verso sentido do inverso que aflora

Sai de lado, de dentro ou de fora

Não cabe no cesto que o guarda por ora

Cesto nefasto que afasta e exprime

O que comprime se cala afoito

Doido varrido sem medo ou juízo

Sem culpa ou agulha

Nem faca nem linha

Que corta e amarra

O que prende e segura

Na busca insana da maldita cura

Pois são quem é? Quem quer?

De outrora a agora, crescente declínio

Impondo respeito, esbarra no peito

Aberto e seguro, tão perto no escuro

Distante de tudo quando rareia

Sozinho incendeia a brasa tão gris

Que assim satisfeito

Se encontra feliz

Enfim feliz

Sem fim

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Déjà vu


Como na seca por espera de chuva

Volto a escrever, não por ter algo dizer

Vazio por dentro, perplexo, estranho

Por onde anda a organização das palavras

Que de tão simples se desfaz

Nesse ínterim, ao começar ...

Palavras repetidas, frases já escritas

Pseudos sentimentos já aflorados

Exceto a ânsia que esmaga na parede

O que resta desta fresta?

Já não bastam os dizeres

Já não faltam os excessos

Já não é novo o que é de novo

Nem inédito o já escrito

Déjà vu do que não vi

Seja tu assim para mim

Seja eu assim assim

Déjà vu em mim