terça-feira, 24 de julho de 2012

Olhos nos olhos


É a noite que se mostra
O que de dia não se vê
Negra nua, pura e crua
Se não fosse a lua, seria o que?

[Seriam as estrelas, que ao raiar do dia se vão
E não me deixam ver o brilho que me acalmava na escuridão]


Além da lua em suas fases
Vejo olhos que me vêem
Brilham díspares e distantes
Que me levam mais além

[Me levam onde meus pés não podem ir podem ir
Na volta sinto algo inexplicável
Algo como a primeira vez, mágico
Que talvez nem me lembre mais]


Penso nelas como gente
Que me olham lá do alto
As estrelas que me vêem
Como é o meu retrato

Linda e negra noite
Só se curva para o Sol
Sempre pronto na espera
O recomeço de uma era

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Encontro Marcado


Em qualquer hora e lugar do dia 19 de Janeiro de 2012:

Consigo imaginar a dor da solidão que brota no peito daquele cara
Chegou a ter amigos, ou pelo menos assim os considerava
Chegou a ter família
Chegou a ter motivo para continuar lutando
Chegou a ter esperança no amanhã
Mas esqueceu-se
Simplesmente esqueceu-se
Dos erros cometidos
Dos corações partidos
Da confiança dilacerada
Dos valores envolvidos
Esqueceu-se
Daquele que encarava no espelho ao amanhecer
Daqueles que deram a mão nos momentos mais difíceis
De todo não era ruim
Não desejava o mal, não fazia o mal
Era apenas um ser
Com muitos sonhos, realizações nem tantas
Após muita luta, suas conquistas perdiam o valor
Durante as lutas, não era raro se perguntar se era isso mesmo que queria
Montanha russa de emoções, de sentimentos, de amor próprio
Podia ser considerado exemplo
Talvez fosse isso que tanto pesava
Não tinha este objetivo
Por vezes tão infeliz apesar do sorriso exposto
Por vezes tão inseguro apesar da firme postura
Por vezes tão vivo apesar de desejar o fim
Sentia-se sozinho
Tão sozinho
Que nem a morte Lhe fazia companhia




...  Cheguei!
Às 07:37 de 17/07/12, como havíamos combinado antecipadamente.