terça-feira, 24 de dezembro de 2013

RePartindo

Acompanho-me sozinho nesta estrada sem destino

Sigo em paz em passos firmes

Tortos, cambaleantes me persigo

Fecho os olhos, a boca, a mente ...

Abrigo meu de partes tuas

Amigo teu de sol e luas

Faz em fases descontínuas

Jaz em vezes dividido

Repartindo novamente

De um inteiro já partido

Recomece ...

O dia amanhece

O corpo padece

A criança cresce

Há fé na prece

A rua desce

A tarde escurece

A gente esquece

O amanhã aparece

A saudade adormece

O tapa amortece

O beijo de quermesse

A vida carece

Recomece!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sem sentido

Raios de sol reluzindo nova aurora

Saudade amanhece desperta

Diz para o coração: aguenta

Que pulsa em tons tão gris

Desconforto momentâneo

Feito caule sem raiz

Solto, perdido, sem chão

Fadado a secura

Sem cura ou alívio

Anestesiado de dor

Especiaria sem sabor

Sem cheiro, sem cor

Flor de mentira

Que não morre mas não vive

Enfeita mas não encanta

Chora sem lamento

Tempestade de vento

Nuvem sem desenho

Estrela sem pedido

Opinião sem partido

Átomo dividido

Borboleta em preto e branco

Arco-íris monocromático

Mapa sem tesouro

César sem louros

Saturno sem anéis

Lápis sem papéis

Centopeia sem pés

Coisas sem sentido

Coração espremido

De saudade pungente

Eu sem você

Simplesmente

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Pode até mas não precisa e vice versa

Para estar distante não precisa estar longe

Para estar feliz não precisa estar sorrindo

Para estar carente não precisa estar sozinho

Para estar triste não precisa estar chorando

Para estar falando não precisa estar pensando

Para estar amando não precisa estar sofrendo

Para estar sentindo não precisa estar doendo

Para estar pronto não precisa estar direito

Para estar depois não precisa estar agora

Para estar vazio não precisa estar furado

Para estar cheio não precisa estar lotado

Para estar fechado não precisa estar vermelho

Para estar atento não precisa estar amarelo

Para estar aberto não precisa estar verde

Para estar doce não precisa estar melado

Para estar sujo não precisa estar suado

Para estar paciente não precisa estar doente

Para estar presente não precisa estar ausente

Para estar comigo não precisa estar contente

Para estar dormindo não precisa estar com sono

Para estar no jogo não precisa estar ganhando

Para estar na prosa não precisa estar na rima

Para estar na areia não precisa estar na praia

Para estar em partes não precisa estar aqui

Para estar no breu não precisa estar sem luz

Para estar chovendo não precisa estar sem sol

Para estar fingindo não precisa estar roncando

Para estar cego não precisa estar no escuro

Para estar confuso não precisa estar perdido

Para estar difuso não precisa estar partido

Para estar compacto não precisa estar comprimido

Para estar mudado não precisa estar diferente

Para estar mudo não precisa estar calado

Para estar com pressa não precisa estar atrasado

Para estar colorido não precisa estar primavera

Para estar com folga não precisa estar frouxo

Para estar machucado não precisa estar roxo

Para estar puro não precisa estar criança

Para estar na roda não precisa estar na dança

Para estar firme não precisa estar duro

Para estar na dúvida não precisa estar no muro

Para estar no ponto não precisa estar maduro

Para estar no centro não precisa estar no meio

Para estar em cima não precisa estar no palco

Para estar rouco não precisa estar sem voz

Para estar preso não precisa estar com nós

Para estar solto não precisa estar largado

Para estar completo não precisa estar inteiro

Para estar no inicio não precisa estar janeiro

Para estar em festa não precisa estar fevereiro

Para estar molhado não precisa estar março

Para estar mentindo não precisa estar abril

Para estar grinalda não precisa estar maio

Para estar na fogueira não precisa estar junho

Para estar de boa não precisa estar julho

Para estar louco não precisa estar agosto

Para estar independente não precisa estar setembro

Para estar criança não precisa estar outubro

Para estar morto não precisa estar novembro

Para estar em prece não precisa estar dezembro

Para estar acabado não precisa estar no fim

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Paz em partes

Faço-me em partes de um todo não inteiro

Recomponho-me calado, unindo fragmentos

Voe pensamentos!

Carregue-me em teu colo

Leve-me contigo

Mostre-me um abrigo

Abriga-te em paz

Coração de menino

Sonhos de rapaz

sábado, 30 de novembro de 2013

Saudade

Saudade temos daquilo que não mais temos
Seja por ora agora ...
E assim breve a saudade se esvai
Seja por ontem, amanhã e depois de amanhã
E assim longe a saudade se fortalece
Seja como for
O coração adormece
A alma carece
A mente não esquece
A fé procura a prece
O dia anoitece
E a saudade reaparece

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Tarde, noite e dia

Tem tarde quase noite
Em que a crua luz da lua
Esconde sob pontes
A felicidade sua

Tem noite quase dia
Em que em mim você se esconde
Permita Deus que eu seja
Sempre seu abrigo e ponte

Tem dia quase tarde
Em que a gente é mais a gente
Vivendo felizmente a magia do presente
Sonhando o futuro, lembrando do passado
Seguindo passo a passo,  lado a lado, mão na mão
Mente aberta e olhos fechados

Guiados pelo coração

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Cor, ação e mente

Coragem coração convicto
Abrace a vida, abra-se e viva
No embate com a razão
Sou mais ti coração

Reaja coração aflito
Exploda, atinja
Não há conflito
És soberano tal infinito

Entenda coração em tempo
Os sentimentos em ti afloram
Geram mudanças, homens choram
Conquistam o impossível a toda hora

Grite coração calado
Doa se necessário
Faz sofrer, faça rir
Faz sorrir quando amuado

Bata coração guerreiro
És da parte um inteiro
Que transborda em alegria
Que renasce a cada dia

Chore coração alegre
Transforme em lágrimas o que sente
Seja autêntico e verdadeiro
Seja cor, ação e mente

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Curtas VIII

Na vida a gente não acerta sempre. Mas se a gente não fizer nada, talvez a gente nunca acerte.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Não do amor

E o amor quando vem ...

Não pede passagem

Não manda recado

Não chega atrasado

Não deixa de lado

Não gasta rascunho

Não passa a limpo

Vem de verdade!

Abraça a alma

Aperta o peito

Coração inflama

Arrepia por dentro

Demonstra por fora

Decifra silêncios

Dia após dia

Transforma palavras

Em pura poesia

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Silenciosa declamação

Não é preciso nem fechar os olhos para ouvir nossa canção

A me envolver e me embalar a alma seguindo a voz do coração

Não há mistério nem razão, amor puro, nobre revelação

Natural e vital como as ondas do mar

Como a importância do vento para velejar

Como a semente para plantar

Como você e eu sob o luar

Amor a me envolver e a me ensinar

A me dar coragem para enfrentar

Amor que encontro no tocar suave de suas mãos

No brilho de seu olhar

Na sua voz a ecoar

Em seu sorriso que me faz sonhar

Amor que transforma qualquer nosso momento em magia

Que traz a paz

Amor que faz o melhor de mim ser seu, sem segredo

Num simples desejo de ser e te fazer feliz

Uma única eterna vez ...

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Lunáticos

Lua clara em noite vazia

Iluminando cheios corações de saudade e agonia

Unindo olhares distantes com sua magia

Preparando a aurora de um novo dia

Dia novo por alguns esperado

Por outros nem notado

Por poucos mais que desejado

Por loucos abençoado

Loucos que contemplam a lua tal o sol raiado

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Sem barreiras

Invade-me o ser

Assim como o mar

Invade na praia a areia

Mas não respeita as marés

Simplesmente avança, avança sem recuar

Enche-me de vida, apodera-se, apropria-se

Amontoa-se em mim, mistura-se, confunde-me

Convence-me, sutil e vigorosamente

Não reajo, não consigo, não posso, não quero

Não não gosto, me mostro, me prostro, me deixo invadir

Acostumo-me, dependo-te, delírio-te, delito-me voluntariamente sem dano algum

Propago-me, propendo-me, propicio-te em mim, encasulo-te

Jaz em mim

Como jasmim

Em belo e suntuoso jardim

Vida

O que é a vida, senão o que fazemos dela a cada momento.

A vida não é um resumo!  É a uma obra inteira!

A qual escrevemos com o instrumento que temos à disposição, nem sempre o mais o apropriado para nossas mãos e para o papel, machucando ambos e dificultando a interpretação.

E esta obra é construída a cada passo, a cada decisão, a cada ensinamento, a cada despertar em aurora que nos espera por agir, nos espera que não esperemos demais.

Ainda que existam novas auroras e infinitas existirão, não sabemos qual será a última que poderemos aproveitar, não sabemos , nem sequer, qual será a penúltima ...

Não sejamos egoístas, mas deixemos o altruísmo de lado em parte desta obra, caso contrário, seremos narrador e figurante da vida alheia, por mais que a esta alheia vida sempre desejamos o melhor.

Um dos significados da palavra vida no dicionário é o período compreendido entre o nascimento e a morte, também chamado por existência, mas será que para viver basta existir?

Será que tudo que existe tem vida?

Será que tudo que tem vida existe?

Recorrendo a Descartes, “Penso, logo existo”, mas se não sonho, não vivo ..., e nem por isso deixo de existir.


Costumam dizer "faça de sua vida uma eterna alegria", como se a vida fosse um tanto quanto deslocada de você, apesar de ser sua, então porque não dizer "faça de você uma eterna alegria", você é o protagonista da vida, a vida ... a vida é o que alguém contará ... depois ... se você tiver sido alguém nela.

domingo, 6 de outubro de 2013

Posseiro de que?

Nossos olhos se olham
Nossos corações se falam
Nossos lábios se beijam
Nossas almas se calam

Comemoram em silêncio

Entreolham-se
Entretocam-se

Entreacordam-se
Olvidar de pronomes

Reencontram-se
Revivem
Renovam

Reeternizam-se

sábado, 5 de outubro de 2013

És em mim

Forte e abstrato como o vento

Leve e puro como orvalho cristalino

Em meu peito faz morada

Em meu ser sereia você

Encanta-me com teu canto

Em teu sorriso enconde-se o juízo

Em teu silêncio a verdade ecoa

Em teus olhos brilham astros

És Monalisa de Da Vinci

És perfeição de Quintana

És de Pessoa a eterna busca do eu

És de mim, o que mais em mim

Busco e me encontro

Enfim

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Falta do que é preciso

A lua se foi e o sol está a brilhar

meu coração espera a ti reencontrar

meu peito carece teu ar respirar

meus olhos precisam dos seus para viajar

Viajar em teu sorriso, em teu sonho mais bonito

viajar em nosso mundo, nosso diferente mundo

Encontrar a minha paz, a parte inteira que me falta

encontrar-me em tuas mãos, que me afagam e suportam

Teu abraço me abriga, me acalma, me completa

Faltando que estou, recorro as lembranças ...

dos momentos que passamos, dos sorrisos que trocamos

Recorro ao sentimento que surgiu e ainda forte existe

Recorro aos meus sonhos ...

Pois sonhar contigo confunde a própria realidade!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Questão de tempo

Leve o tempo que o tempo leve
duradouro, instante, breve
de segundos que se atraem
em ponteiros que se atrevem

Longe vai por onde for
de soslaio sutilmente
sobrepujando a dor
tal amor se faz fluente

De passado faz presente
leva o hoje ao futuro
continua sempre em frente
caminhando no escuro

Sempre há oportunidade
de usá-lo bem ou mal
ele passa não espera
talvez nos use no final

Por mais que tenha sua cadencia
parece sempre contra nós
mas só ele nos permite
ter e desatar os nós

Esconde marcas, cicatrizes
que com ele foram feitas
traz em si suas raízes
sabe a hora da colheita

Temos tempo, assim achamos
mas o tempo é que nos tem
ora donos, ora escravos
hora que nos faz reféns

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Coisando

Existem coisas que não se entendem
Existem coisas que não se explicam
Existem coisas que não se entende
Existem coisas que só multiplicam
Existem coisas que não se divide
Existem coisas que não se mostram
Existem coisas que não se acabam
Existem coisas que só começam
Existem coisas que não se escreve
Existem coisas que não se conta
Existem coisas que não se mede
Existem coisas que só se repetem
Existem coisas que não se promete
Existem coisas que não se faz
Existem coisas que não existe
Existem coisas que só nos faz

Existir!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Para doxa

Sinto-me um oxímoro pessoano
Entendo-me por inteiro o vazio que sou
Aceito-me negando o que não sou, mesmo sendo
Sou fraco e inquebrável, forte e não durável
Sou o que fui, e serei não o que sou
Serei eu que não fui
Ou não fui eu que não sou

Um simples pedido do amor

Carregue-me em teus braços
Regue-me em teu jardim
Sou flor que tu plantastes
Colha-me e cuida de mim!

domingo, 22 de setembro de 2013

Conjunção celeste (O espetáculo do sofrimento)


Tento imaginar a dor da Lua e a frustração de Vênus aos serem contemplados num mesmo olhar, admirados numa mesma tela, encantando a todos pela linda união, quando na verdade ambos sabem o quão distantes são. Aparentam-se perto, o que já basta neste mundo de aparências.

sábado, 21 de setembro de 2013

Coesias antilassônicas

Escrever pode até ser uma arte, mas antes disto é um direito.

Todos temos o direito de escrever, de usar as palavras, brincar com elas e organizá-las criando um sentido, expressando um sentimento, um pensamento, uma vivência, um momento, uma carência, uma indignação, um "sei lá o que" que é preciso ser escrito, ser posto para fora, ser compartilhado, para ser lido ou ignorado.

As palavras são muitas, centenas, milhares e por que não infinitas?

Por que devemos nos limitar nas palavras que conhecemos ou que possamos procurar para saber como e onde usar?

Entendo que a vida é mais complexa e subjetiva, e que palavras e significados reunidos em um dicionário nem sempre poderão ajudar, ainda mais quando se trata de sentimentos. Palavras ligadas à sentimentos não podem, ou não devem, ter o mesmo significado, a mesma intensidade, a mesma frieza de leitura e interpretação, pois as pessoas são diferentes, os sentimentos são diferentes, e talvez nem existam palavras que consigam expressar estes sentimentos.

Da mesma forma entendo, que não se pode, ou não se consegue, medir sentimentos, sejam eles quais forem, como a dor, o amor, a saudade, a raiva, entre tantos outros que somente cada um de nós consegue sentir e nem sempre entender, o que dificulta ainda mais expressá-los através de palavras.

Sendo assim, vejo então, que para expressar verdadeiramente e completamente um sentimento é preciso mais que palavras, nossos atos ajudam bastante nestas horas, a distância atrapalha, pois por vezes, basta um olhar, um sorriso, um abraço, um aperto de mão para que nossos sentimentos sejam expostos e magicamente entendidos, mesmo que nem sempre correspondidos.

Mas voltando nas palavras, existe uma (mesmo que seja criação minha) que recentemente comecei a usar para representar nossos atos comuns feitos com mais cuidado, presteza e carinho do que convencionalmente fazemos nossos atos comuns. Para esta palavra dei o nome de "coesia", no sentido de trazer poesia a cada coisa que fazemos nesta vida. Justamente por entender que uma poesia raramente nasce sem cuidado, presteza ou carinho na escolha das palavras, das rimas, do sentido e nesta poesia encontra-se o maior esforço de expressar um sentimento, o qual já vimos a dificuldade de fazê-lo através de palavras somente.

A expressão "Coesia Antilassônica" surge então neste sentido, de fazer as coisas com mais cuidado, presteza e carinho, sejam elas quais coisas forem. O termo antilassônico, que também adaptei, vem do adjetivo "lasso", este existe no dicionário, que significa cansado, entediado, que sente profunda fadiga física, abatido.

Desta forma, o que proponho então, é viver cada segundo de nossa vida com coesia, nos tornando soldados do bem, em busca de um mundo melhor, lutando contra o tédio e a mesmice deste mundo lasso!


Mundo lasso!
Donde parte faço o meu
Resgato e transformo em quimera
Com brilho e cor de primavera
Onde a saudade não prospera
Mas eu e meu mundo nada são
Antes fosse nosso!
E para isso faço votos
Que dele faça parte
E que dessa arte
Possamos ...

Desvanecer!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dança da vida

Revigora minha alma, reinventa minha sina

Traz de volta minha calma, seja minha estrela guia

Em seu brilho me fascino, seu sorriso me encanta

Tenho a ti um sentimento com pureza de criança

E nesta dança eu me vejo dando passos e tropeços

Em meados desta cena sinto falta de mim mesmo

E a esmo fico enfim procurando eu em mim

Onde estou que não me acho?

Se não for em teu abraço, em teu colo ou regaço

Sei que ainda existe um laço, que nos une no compasso

Desta dança nesta vida que me forjo como aço!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Curtas VII

Onde fica oeste neste norte que me segue sendo sul que me suga deste leste que me deixaste assim ... perdido!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Irrefutável

Por mais que eu tente encontrar maneiras que consigam representar a sensação de estar contigo, sinto-me incapaz de comparar coisas que pertencem a mundos tão distintos.

Como explicar que o chão se abre a cada passo dado em sua direção?

Quem acreditaria que de fato flutuo embalado no ar que te rodeia?

Não sei dizer o que me conduz, se me seduz, assim o faz da forma mais bela e encantadora.

Ao olhar para ti, o destino se embaraça, perde a linha, a graça, confunde-se por inteiro, erra pela metade.

Quanto menos palavras usamos, mais nos entendemos, numa verdadeira troca do melhor que temos.

Toque em meus lábios, aconchegue-se em meu peito, ouça o bater sincero de meu coração guerreiro.

Deixe teu cheiro me levar às nuvens, agradecer ao anjo que te criaste, conhecer a essência de tua alma, de teu brilho diferente.

Vem com teu abraço me fazer forte, me dar coragem, mostrar a luz.

Vem com tua força dominar meu medo!

Arrepio-me por inteiro em pura emoção ... e nada mais!

Faz da minha vida a missão nada impossível de te amar!

Não há motivo, sigo teus traços, tua luz, teu rumo, teu instinto, me desarrumo.

Você me falta, o tempo nos falta, só não nos faltam por quês!

Por quê?

domingo, 15 de setembro de 2013

Pretérito imperfeito (... um tanto quanto subjuntivo ...)

Como se só agora eu descobrisse ou percebesse que uma parte sempre faltou em mim

Como se só agora a aurora de um novo despertar chegasse com um brilho que acende minh´alma

Como se só agora meus caminhos trilhados fizessem sentido e me mostrassem o sentido

Como se só agora o ar que eu respiro invadisse meus pulmões enchendo-os com o seu perfume

Como se só agora o breu da noite sem luar ressaltasse o fulgor do seu olhar distante

Como se só agora seu semblante ditoso transformasse em magia a beleza que emana de ti

Como se só agora as palavras e o silêncio ecoassem calados confortando o meu coração que é seu

Como se só agora seu sorriso sincero reluzisse em mim a força e a luz que habita em ti

Como se só agora toda música fosse nossa, embalando e conduzindo nossos passos

Como se só agora meu ombro caído servisse de abrigo para um coração que também é meu

Como se só agora o simples tocar de nossas mãos trouxesse a paz e o porto seguro que carece nosso ser

Como se só agora nossos braços nos envolvessem e este abraço nos juntasse num único ser, num só coração

Como se só agora a distância entre nossos olhos fizesse com que nossos lábios se encontrassem e se perdessem

Como se só agora o estar longe nunca fosse mais perto, e por mais perto que fosse, ainda seria longe

Como se só agora criar um mundo fosse possível, formado de coisas que gostamos e poesias que fizemos ... e ainda faremos

Como se só agora a sintonia e a harmonia fizessem parte de nossos atos e pensamentos e a coesia maestrasse soberana nesses momentos

Como se só agora uma força desconhecida nos unisse e nos levasse a crer que nunca estivemos separados

Como se só agora meus versos tivessem um motivo, uma nobre singela verdadeira e autêntica razão

Como se só agora me faltassem palavras que consigam traduzir verdadeiramente o que sinto e preciso

Como se só agora o ocaso cansado deixasse comigo o adormecer divino que renova, revigora, revive e acalenta este ser sofrido

Como se só agora eu me encontrasse numa situação tal qual não sei o que fazer, dizer, sentir, pedir ou esperar ... posso assistir e sonhar ... prefiro viver e acreditar

Como se só agora eu tentasse controlar meus sentimentos e minha memória, o que criamos e nossa história ... enganando-me em vão ... pois esquecer só me faz lembrar ...

Como se só agora a metamorfose compulsória de uma lagarta mostrasse a graça, o encanto e a beleza da mais linda borboleta

sábado, 31 de agosto de 2013

Razão desconhecida

Era uma vez um encontro que nasceu de uma aventura
Carência e desejos mútuos, sentimentos irrelevantes
Conversas, confidências, carícias sem planos nem porquês
O momento falava mais alto, gritava, voava, vivia!
O momento se foi, e o que se ficou, marcou, pediu bis!
Há regras para sonhar?
Há limites para viver?
Em face as limitações, algo cativante se apoderava
Roubava nossos juízos de maneira fascinante
Preenchia as tardes vazias explorando nossa imaginação
Um sentimento ia nascendo ... verdadeiro
Era o que se sentia, algo novo ...
Com você eu me importava!
Estava vivendo, renascendo
Sabíamos no fundo onde tudo ia dar
Mas suas mãos macias me faziam esquecer
Talvez fosse o respeito que nos chegamos a dar
E por mais que saibamos ou imaginemos o futuro
Uma grande incógnita nos persegue
Será amor, paixão ou só algo de pele?

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Momentos e histórias

A vida é feita de momentos e histórias
Viver momentos e contar histórias
Ter o viver comandado por conceitos de certo e errado
É trocar o coração por uma máquina que pulsa
Não que a razão não tenha razão
Mas só a razão não entende e não conhece
Forças e sentimentos
A razão não acredita em milagres!
Sábia é a razão que se faz cedente ao coração
Nem tanto prudente, às vezes carente
Que busca na calda da estrela cadente
A fuga pra dor e o descanso pra mente
Considere a verdade, ou grande parte dela
A melhor resolvedora de problemas
Use-a nos momentos vividos
Guarde-a nas histórias
Mundo lasso!
Donde parte faço o meu
Resgato e transformo em quimera
Com brilho e cor de primavera
Onde a saudade não prospera
Mas eu e meu mundo nada são
Antes fosse nosso!
E para isso faço votos
Que dele faça parte
E que dessa arte
Possamos
Desvanecer

Existindo

Renuncio a ti, para não renunciar a vida
Ah! Vida ... mesmo que acabe nunca termina
Sem vida jamais terei a ti
Sem ti ainda há vida

Ávida, lívida, confusa e imprecisa

sexta-feira, 19 de julho de 2013

... buscando palavras ...

... buscando palavras para um novo texto ... mesmo sabendo que um texto não nasce quando eu quero ... um texto nasce quando as palavras por si só se encontram, se apaixonam e decidem se juntar ... um texto nasce assim ... sem sentido nem direção ... sem vergonha nem juízo ... talvez, na verdade um texto não nasça ... um texto sempre exista ... para acalentar uma alma, para preencher um vazio, para ser descoberto, para ser escrito, revelado ... para ser o que sempre foi ... para ser ... sempre ... o que foi ... agora visto ... lido ... sentido ... sentindo ... ...

Sobrevivendo


Gotas frias de orvalho, vazias ...
Explorando um novo terreno
Renascendo em si ...
Sabe que no fundo
O viver é um mistério
Fascinante e cativante
Aventura irrelevante
Que só vale por inteiro
Se o sentir for verdadeiro

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Apaixonadamente

Gentilmente gente mente
Facilmente faz a mente
Declaradamente declara da mente
Atualmente atua ou mente
Apaixonadamente a paixão nada mente

Gentilmente faz a mente
Facilmente gente mente
Declaradamente atua ou mente
Atualmente declara da mente
Apaixonadamente a paixão nada mente

Gentilmente declara da mente
Facilmente atua ou mente
Declaradamente gente mente
Atualmente faz a mente
Apaixonadamente a paixão nada mente

Gentilmente atua ou mente
Facilmente declara da mente
Declaradamente faz a mente
Atualmente gente mente
Apaixonadamente a paixão nada mente

A paixão nada mente apaixonadamente
Gentilmente facilmente
Declaradamente atualmente

Apaixonadamente

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dom do amor


Quando a essência é esquecida
Não há ato em qualquer vida
Que transmita plenamente
A dor ou emoção sentida

Demonstrando  só por fora
O que por dentro é diferente
E espelhos não conseguem
Refletir o que se sente

Mostra o que quer
E enxerga o que precisa
Esconde anseios e lamúrias
Tormentas e fúrias

Ainda assim, és o que é
E seja o que for
Rosa, dor, espinho ou flor
Existirá em ti
A magia e o dom do amor

Correio elegante

Seu sorriso me encanta, como se encanta o pescador com o mar.
És bela como a lua, não importa em que fase, nem se se mostra aos outros ... 

Pois quem a conhece te enxerga e te sente mesmo sem te ver ...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Mais e mais, só que menos

Quanto mais fecho os olhos
Mais te vejo
Quanto maior o silêncio
Mais te ouço
Quanto maior a distância
Mais preciso de ti
Quanto maior a saudade
A vontade me sufoca
A lembrança me maltrata
O tempo só machuca
A esperança não me cura
Me adoece!

Mais que um

Dá-me a mão
Peço um braço
Porque não dois
Um abraço

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Platonicus


Completa-me quando penso em ti
Não me cabe a ousadia de querer-te
Nem tampouco escapa-me de ti a vontade
Basta existires, saber que respiras

Mesmo que haja explicação
Prefiro não saber, melhor acreditar
Em coisas de paixão
De terra, céu e mar

Estranha visita


Atendo a loucura batendo em minha porta
É vizinha da amargura, que se mostra torta
Tomamos café, falamos dos outros
Enfim vai embora e me deixa louco

Devida vida


Não espere que a vida lhe traga
Algo que verdadeiramente nunca buscou
Querer por conveniência, por falta de opção
A vida que espera verdadeiramente
Que você lhe entregue algo
Como retribuição pela própria vida que tens
Entenda que a vida não segue
Se não for com tua vontade
A vida não acontece
Se não for com tuas ações
A vida depende de ti
Como dela tu dependes
Apaixonem-se
E vivam intensamente!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Falta eu em mim

Às vezes sinto falta
dos momentos que tivemos
dos segredos que trocamos
daquilo que sonhamos
sinto falta do que nunca tive
das lembranças do que não fiz
dos sorrisos que não dei
sinto falta
sinto falta das conversas sinceras
das mentiras mais belas
de romances de novela
sinto falta
dos domingos na capela
de olhar pela janela
lembrando os olhos dela
sinto falta
do tempo que não volta
da volta na lagoa
do ócio, a toa
sinto falta
dos tempos da escola
dos amigos passageiros
da pipa, do bafo, da bola
sinto falta
da família reunida
dos sorrisos soltos
dos meus cabelos longos
sinto falta
daquilo que me sobra
do doce de abóbora
da fogueira na rua
das peladas sem chinelo
sinto falta
do gol a gol no corredor
da janela do vizinho
da bola perdida
sinto falta
das prendas e merendas
castigos e recompensas
do coral, da música, da verdade
sinto falta
da caridade espontânea
da gratidão simultânea
do por favor e obrigado
sinto falta
do bom dia ao vizinho
lego lego e dos carrinhos
lango lango e de carinho
sinto falta
do meu pai com minhã mãe
das asas de proteção
das batidas do coração
sinto falta
das histórias sem final
das rodadas de mau mau
das de tranca lá na Nilce
sinto falta, sinto falta
são momentos que passei
me formaram o que sou
felicidade não se mede
não se compara, não se compra
vivo hoje mais momentos
os quais me faltarão amanhã
vivo compondo lembranças
das vontades e sentimentos
vivo vivendo vívido
opaco, sem luz, sem brilho
Mato em mim o eu que me formou
Sobra em mim o breu que transformou
Falta eu em mim que sou
Que sou
Quem sou
Eu?

sexta-feira, 1 de março de 2013

Só tudo sem nada

Só é uma palavra muito forte
Assim como tudo, sempre, nunca e nada
Mas gosto de palavras fortes
Principalmente se forem controversas
Mostrando o contra senso da própria existência
Mostrando que o nada é o tudo vazio
Trazendo à tona e dando arrepio
Pagando pra ver, mexendo com o brio
Testando sua força, sua fé
Sua frio!
Prova que não teme
Mostra sua face
Faz-se assim pronto
E se vier com ponto
Interroga ou finaliza
Exclama ou respira
Separa, mas não para
Continua te envolvendo
Viajando entre extremos
Mas te deixando só
Somente em palavras
Somente as palavras
Palavras somente
Palavras só mentem
Para nunca!
Até que o sempre
Te prepare!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Vitória!


Caminhe devagar, pé ante pé
A não ser contra a maré
Neste caso corra!
Só corra, se assim conseguir
Socorra, se assim puder
Salvo será, se assim for
Salvador, se salvo for
Quanto à dor, se salvo ter
Salva a dor, a dor mercê
Adormecer
Sendo salvo
Por si mesmo
A dor merecer
E que doa!
E que marque, cicatrize!
Sua marca, sua história
Sua luta, sua glória
Vitória!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Mãos


Pare!
Olhe ao redor
Só olhe!
Agora sim, veja!
A  t  e  n  t  a  m e n t e veja!
Respire fundo, feche os olhos
Abra le   n   t   a  m e n t e ...
Veja suas mãos
Entenda-as
Cada sinal, cada detalhe
Seu, só seu!
Feche-as firmemente
Mais forte
Aperte, esprema
É você para você
Permita-se
Devagar, abra as mãos
Entenda-as
Elas transmitem sua essência
Sua verdade, sua força, sua fé
Tens poder, basta crer
Doe, ajude, receba, perceba
Estenda, sirva de apoio, proteja
Valorize o primeiro contato
Seja firme, mas não indelicado
É uma troca, dê o seu melhor
Não importa o que recebas
Receba!
Não há troco, nem volta
Entenda, aprenda, se surpreenda
Se supri, renda!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Compasso simples


Junte-se agora
Recomponha-se
Não faça da vida uma estrada perdida
Percorra, atente-se a cada detalhe
Cada pedra, cada buraco, cada ponte
Almeje o horizonte
Ele te chama, te espera
Acenda a chama
Um passo
Comece com um passo
Passe ao próximo
Devagar
Não pule etapas
Nem sempre o atalho é o melhor caminho
Talvez nem seja o menor
Encurtar para que?
Aproveite
Participe
Atue
Não assista!
Não espere da vida
Dê a vida!
Receba aplausos
Vaias também
É o que ensina
Faz melhorar
Cabeça erguida
Lamba as feridas
Cerre os olhos
Abra a cortina
De novo
Outra vez
Lute
Com propósito
A propósito
Não faça para ver
Sinta no peito a dor
Da oportunidade perdida
Da ausência desmedida
Da chance passada
Da vida amargurada
Que pode ser curada
De pé na estrada
E alma lavada!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Já era!


Recolha os cacos espalhados pelo chão
Cuidado com as mãos
Faça com calma
Limpe a alma
Antes de cacos
Único era
Talvez não servisse
Ou foi descuido
Cuidar é difícil
Mais que propício
Fácil no início
O tempo transforma
O tempo carrega
O peso que torna
O tempo que leva
Cuidado
Nem sempre os cacos
Remontam o ser
Que único era
Já era!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Viva-se


Abra o peito cheio de mágoas
Exploda em sentimentos
Feche os olhos em busca de si
Proteja-se com o escudo da verdade
Navegue pelos mares da vida
Menos preciso e mais necessário
Presságio oportuno e divino
Intuição que sussurra e arrepia
Lágrima que corre e salga
A pele, a língua, a alma
Sofra não só para aprender
Aprenda também sem sofrer
Viva intensamente
Viva extremamente
Seja a peça principal de seu ato
Seja forte entre hiatos
Valorize as pausas, acerte a música
O andamento, o ritmo, o compasso
Faça, erre, tente e acerte
Desfaça, corrija, perdoe e assuma
Suma, se for preciso
Apareça quando quiser
Sorria com os olhos
Abrace com a alma
Fale com o coração
Ouça com atenção
Ouse com intenção
Durma para sonhar
Sonhe para acreditar
Busque para conseguir
Conquiste sua individualidade
Conheça sua personalidade
Preocupe-se com seu caráter
Valorize sua opinião
Mas mude se quiser
Ajude quem puder
Quem pedir principalmente
Abra a mente, aperte a mão
Agradeça por fim sua missão
Honre a oportunidade
Sinta-se a vontade
Viva-se!