quinta-feira, 6 de março de 2014

Estranhamente normal

Perpetuam-se manias estranhas

Estranhamente duradouras

Estranhamente novas

Estranhamente acumulam-se

Cúmulos e acúmulos estranhos

Numa mente nada estranha

Numa normal mente estranha

Numa estranha mente normal

quarta-feira, 5 de março de 2014

Xerife de mim

O sorriso que acalenta é o mesmo que te machuca

O ouvido que te ignora é o mesmo que escuta

A boca que te beija é a mesma que te fere

A palavra que esclarece é a mesma que te cega

A mão que te acompanha é a mesma que abandona

Os olhos que te vêem são os mesmos que te evitam

O peito que sofre calado é o o mesmo que grita tranquilo

O coração que se enche de amor é o mesmo que se rasga ferido

Num só coração, mocinho e bandido!

Enquanto estrela

Cheio de vazio observo o nada como se tudo fosse o que consigo fazer

Procuro aquela estrela no canto de uma parede que embolorada se faz indiferente

Canto largado conto comigo para um abrigo de estrela brilhar

Não há parede, não há mais canto, me encanta o nada que tudo desfaz

Casa sem teto, escudo no peito, perfeito silêncio, telhado se faz

E quanto à estrela, segue brilhando, não mais no seu canto, mas vive a brilhar ...


Persevere

Esperando esperança

Roda roda de criança

Gira gira e balança

Pés em ponta e alcança

No cabelo traz a trança

Chuta a bola e longe lança

Faz carinho que amansa

Corre corre e não cansa

Entre logo nessa dança

Já que chega a mudança

Junto dela vem cobrança

Hoje mais não se descansa

Fé e força e confiança

Acredite na poupança

Abençoe a aliança

Só há paz e há bonança

Se houver perseverança