sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Eu preciso de paz!

Eu preciso de paz!

Redemoinhos internos me confundem e me desorientam

Avalanches de sentimentos desabam e me derrubam

Tempestades silenciosas me corroem e me anuviam

Nuvens espessas no espaço se espalham e me comprimem

Entre raios saem de minh´alma toda calma que me falta

Entretanto há um tanto que me sobra e me esvaece

O eixo que procuro não é imaginário, muito menos reto ... talvez abstrato!

A força que tenho não é o que preciso, nem o que me mantém ... vivo!

Busco equilíbrio, busco equilíbrio, resgato ...

Respiro, espero, respiro ...

Espero ...

Ouço-me, entendo-me, permito-me, perdoo-me!

Quero-me bem, preciso-me melhor!

Reconquisto-me, reencontro-me, reavalio-me, reaprovo-me ...

Redemoinhos silenciosos emudecem perjúrios

Avalanches de sentimentos me restauram

Tempestades internas antecedem a bonança

Nuvens espessas no espaço se abrem e me trazem a luz

Entre raios renasço!

Entretanto há um tanto que reciclo, remodelo, transformo ...

O eixo que encontro não é imaginário!

A força que tenho é a fé que preciso! Vivo!

Busco equilíbrio, respiro, espero ...

Respiro ...

Respiro ...


Respiro ...

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sem


Sei não ...

Se tem alguma pessoa capaz de te completar, esta pessoa é você mesmo. 

É praticamente impossível se sentir completo com alguém quando falta uma parte de ti.

Mas o que é estar completo? 

O que é se sentir inteiro? 

O que é estar pronto para dividir em momentos que nem somar você é capaz?

Hein?

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Quem dera ...

Esse foi um texto em conjunto com meu irmão escriba.

Uma junção de Um Coração Falando (onde emoções são traduzidas em palavras) com um Sujeito Elíptico (que apesar de não se ver ele está presente).

Uma criação em 4 mãos de 2 estilos.

O complemento de peças diferentes.

Foi preciso calar a razão.

Foi preciso chacoalhar a alma.

E disso tudo saiu poesia.



Quem dera ...



Sol tardio em noite enluarada

Promessas vazias invadem a madrugada

Sozinho a sós sentado na calçada

Perdido em mim, perdendo-me em ti

Em teus, em tuas, em tais ... quais ... ais ...

Em teus devaneios repouso meus anseios

Em teus elementos descubro a natureza

Em teus sonhos acordo em pura realidade

Em teus medos embriago minha coragem

Em teus olhos encontro minha metade

Em teus modos minh´alma se acomoda

Em teus gestos silencio meus rancores

Em teus lábios os meus encontram morada

Em teus braços as dores se esvaem

Em teus risos encontro saudade e abrigo

Em tuas meias palavras sucumbem frases inteiras

Em tuas lágrimas meu coração afunda

Em tuas sombras guardo meus segredos

Em tuas teias me prendo indefeso

Em tuas veias circula meu eu

Em tuas feridas procuro a cura

Em tuas mãos me solto e fico

Em tuas iras me santifico 

Em teus dilemas me confundo

Em tuas decisões me ponho em dúvida

Em tuas dívidas me dou o troco

Em teus acasos encontro propósitos

Em teu sorriso combato minhas lágrimas

Em tua ausência me encontro em pedaços

Em tuas cores se faz meu arco-íris

Em teu silêncio perco minha fala

Em teus rompantes vive a euforia

Em teu mar o amar vira verbo

Em tua ousadia faz festa minha fantasia

Em teu par sinto-me ímpar


Em meus dias ... és tu a travessia

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Seja em mim

Exceda minhas faltas

Levando o que me resta

Seja tanto, o tanto que for

Seja pranto, de alegria ou dor

Seja nada, de tudo que foi

Seja tudo, de nada que é

Seja algo, de algo que sou

Seja a força, que força e abraça

Seja a farsa, que finge e disfarça

Seja a calma, que foge da alma

Seja a alma, que permite a vida

Seja a vida, que um dia termina

Seja a morte, escrava da sorte

Seja o norte, destino sem prumo

Seja o rumo, a um porto seguro

Seja o sol, que brilha no escuro

Seja a fé, em algo futuro

Seja a paz, que traz o silêncio

Seja a cor, que enxergam meus olhos

Seja o amor, que em meu peito habita

Seja a flor, que nasceu bonita

Seja a dor, que meu corpo evita

Seja a arte, que rala e arde

Seja a parte, que toda me falta

Seja o todo, que me falta em partes

Seja o ar, o vento que leve

Seja o céu, de estrelas e neve

Seja o que for, mas seja breve!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Cinema mudo

Em meus sonhos de cinema mudo

Borboletas dançantes se exibem

Apresentam estupenda coreografia

Projetam-se com a mais sublime harmonia

Encantam paisagens e miragens

Bi-colorem um único horizonte

Sobrevoam lagos, cascatas, pontes

Sobrevivem muitas e aos montes

Sobressaem, sobrepujam

Sorriem da dor alheia

Compaixão latente

Feito os pés de uma seria

Em voos livres entendem o passado

Em pousos suaves saboreiam o presente

Em tardes vazias se enchem de si

Agradecem a clausura temporária

Relembram do casulo solitário

Revivem fases e murmúrios

Metamorfose e orgulho

Renovam a fé, a força e a esperança

Pelo brilho não raro

Dos olhos de uma criança

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Causa mortis

Reticente é a dor de um peito leviano

Coração partido por engano

Pulsando ao som das teclas de um piano

Sustenidos e bemóis fraseando em staccato

Aquele copo vazio em destaque na mobília

Acompanha um charuto morto em longa cinza

No cinzeiro também jaz parte de um papel

Um tanto amassado, queimado, dolorido

... e num eterno piscar de olhos ...

Meia-luz de uma vida sem sentido

Meia-noite de um dia qualquer

Infarto do miocárdio

Por você

Mulher

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A vida é um presente!

A vida é um presente!

Viver é uma arte onde morrer faz parte ...

Por vezes morrer é muito mais que não viver ... é ter a chance de renascer ...

Que deixemos morrer em nós cada parte que nos mata aos poucos, que nos oprime, que nos limita e que nos faz viver com nossa máquina dos sonhos desligada ou reprisando capítulos que já conhecemos o final ...

Que façamos surgir, emergir do fundo de nossa alma, a verdadeira força, vida diária, tão simples quanto complexa, que revigora e impulsiona uma parte vital de nossas conquistas e viveres ...

Que busquemos dentro de nós a vontade de continuar lutando, mesmo sabendo das dificuldades e provações desta jornada ...

Que não nos falte entusiasmo em cada ação, em cada ato, em cada inspirar e expirar, adormecer e acordar, cair e levantar, ir e ficar ...

Que a falta de visão de futuro não nos cegue no presente e não nos apegue ao passado ...

Que saibamos o que deixar viver ou morrer em nossas vidas e memórias, pois tudo isto, sendo ainda vivo ou decretado morto, fez de nós o que somos, o que seremos e como escreveremos nossa história.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Taxidermia da vida

Empalhar falsos sentimentos

Espalhar bendizeres

Empalhar rancores

Espalhar amores

Empalhar injúrias

Espalhar gentilezas

Empalhar dúvidas

Espalhar confianças

Empalhar frustrações

Espalhar satisfazeres

Empalhar expectativas

Espalhar boas surpresas

Empalhar desafetos

Espalhar harmonia

Empalhar egoísmo

Espalhar benevolência

Empalhar orgulho

Espalhar simpatia

Empalhar ódios

Espalhar gratidão

Empalhar sofrimentos

Espalhar fé e união

Empalhar um pouco de nós

Espalhar em nós aos poucos

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Implosão

Na busca do que sou só encontro o que fui

Espelho distorcido carregado de passado

Palavras que não cessam

Palavras que ecoam

Palavras que machucam

Palavras que perdoam

Na busca do que quero ...

Eu quero mais é que me busque!

Foi-se certa na hora exata

Ontem passou, hoje talvez

Amanhã ... será?

Curtas XVI


Curtas XV


Curtas XIV


Curtas XIII


Curtas XII


Curtas XI


Curtas X


Curtas IX


quinta-feira, 6 de março de 2014

Estranhamente normal

Perpetuam-se manias estranhas

Estranhamente duradouras

Estranhamente novas

Estranhamente acumulam-se

Cúmulos e acúmulos estranhos

Numa mente nada estranha

Numa normal mente estranha

Numa estranha mente normal

quarta-feira, 5 de março de 2014

Xerife de mim

O sorriso que acalenta é o mesmo que te machuca

O ouvido que te ignora é o mesmo que escuta

A boca que te beija é a mesma que te fere

A palavra que esclarece é a mesma que te cega

A mão que te acompanha é a mesma que abandona

Os olhos que te vêem são os mesmos que te evitam

O peito que sofre calado é o o mesmo que grita tranquilo

O coração que se enche de amor é o mesmo que se rasga ferido

Num só coração, mocinho e bandido!

Enquanto estrela

Cheio de vazio observo o nada como se tudo fosse o que consigo fazer

Procuro aquela estrela no canto de uma parede que embolorada se faz indiferente

Canto largado conto comigo para um abrigo de estrela brilhar

Não há parede, não há mais canto, me encanta o nada que tudo desfaz

Casa sem teto, escudo no peito, perfeito silêncio, telhado se faz

E quanto à estrela, segue brilhando, não mais no seu canto, mas vive a brilhar ...


Persevere

Esperando esperança

Roda roda de criança

Gira gira e balança

Pés em ponta e alcança

No cabelo traz a trança

Chuta a bola e longe lança

Faz carinho que amansa

Corre corre e não cansa

Entre logo nessa dança

Já que chega a mudança

Junto dela vem cobrança

Hoje mais não se descansa

Fé e força e confiança

Acredite na poupança

Abençoe a aliança

Só há paz e há bonança

Se houver perseverança

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Papel e palavras

Não raro é a cena em que me vejo armado de um lápis, quase pronto para tornar um pedaço de papel cúmplice de meus sentimentos

Não raro nestas horas sempre me parece que o papel não se importa comigo

Não raro nestas horas fogem-me todas as palavras, todos os bons começos de textos

Se eu tivesse a certeza que nada sinto nestas horas ... menos preocupado ficaria com o simples descaso do papel

Se eu tivesse a certeza que nada sinto nestas horas ... certas estão as palavras em fugirem de mim

Cabeça baixa ... silêncio sem graça ...

Fui rejeitado pelo papel e pelas palavras ... agora não há como não sentir nada ...

Vontade de pagar com a mesma moeda ...

Mas não me lembro deles me procurarem para me fazer de cúmplice de seus sentimentos ...

... Nunca me chamaram para gastarmos algumas horas do dia ou da noite ... nem minutos sequer ...

... Pois é ...

Papel e palavras sem mim continuam sendo papel e palavras ...

Eu sem eles ...

Não sei quem sou!

...

... Cabeça baixa ...





Procuro

Por mais que eu olhe e busque ao longe uma razão

Mesmo sabendo que não sei ao certo o que procuro

Procuro em vão, em lugar distante, o que perto se encontra

Vista cansada, mal acostumada, amalgamada

Mas não é preciso ver para encontrar, nem tampouco tocar

Olhos e mãos perdem o sentido ...

Antes não tê-los, inúteis que se tornam

O que procuro, como se soubesse o que é e onde está, não está onde procuro

Habita em mim!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Vem sendo ...

Vem ser a minha estrela que me guia nesta vida ...

Vem sendo a vida que me marca com feridas ...

Vencer na vida almejando paz de espírito

Vencendo a si mesmo a cada ato e pensamento

Vem sido assim

Vem ser, vem sendo, vencido

Passado, esquecido ...

Mas não perdido!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Palavras e atitude

Palavras e atitude sempre necessitam de um esforço extra para seguirem alinhadas na mesma direção.

Palavras existem muitas, espalhadas, esperando uma ordem, um sentido, esperando surtir um efeito, uma reação, um cataclismo.

Palavras se ouvem a todo o momento, em qualquer instante, de diversas pessoas, nas mais diversas situações, sejam elas boas ou ruins, de prazer ou desgosto.

Palavras machucam, magoam, da mesma maneira que se esvaem pelo vento.

Palavras acariciam, acalmam, aconchegam, abrigam, da mesma forma que rarefeitas são esquecidas.

Palavras se calam, se ecoam, retumbam.

Palavras se modificam, mudam de sentido, causam dualidade inexpressiva, inadequada,  inadmissível, inaceitável, irresponsável, imprópria e imbecil.

Palavras são desonestas, traiçoeiras, fáceis de se moldar, também pudera, não assumem responsabilidade alguma, culpa alguma, dor alguma, pois este pesar fica com seu arquiteto.

Palavras são amigas, companheiras, mostram-se a quem sabe usar, permitem maravilhas, causam bem estar, de tão boas desprezam o interlocutor.

Palavras são assim, confusas, paradoxais, complexas, interpretativas, tempestivas, forjáveis, lisas e lindas.

Palavras são, enquanto atitude é!