Escrever pode até ser uma arte, mas antes disto é um direito! ... tenho usado a palavra "coesia" para representar nossos atos comuns, feitos com mais cuidado, presteza e carinho do que convencionalmente fazemos nossos atos comuns. A palavra "coesia" surge com o sentido de trazer poesia a cada coisa que fazemos nesta vida ... justamente por entender que uma poesia raramente nasce sem cuidado, presteza ou carinho na escolha das palavras, das rimas, do sentido ... Seja bem vindo!
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Tocando a vida
Se não me sobre a memória
Desta falta de recordação
Continuo o mesmo de nunca
Tendo a voz no coração
Desta falta de recordação
Continuo o mesmo de nunca
Tendo a voz no coração
Ouvidos ouvintes outono
Em primavera estação
Inverno-me por dentro
Em busca de mais verão
Em primavera estação
Inverno-me por dentro
Em busca de mais verão
Vendo concisa paisagem
Consigo pairar...
Em brisa me faço miragem
Cinzas de brasa no ar
Consigo pairar...
Em brisa me faço miragem
Cinzas de brasa no ar
Longe vai como o horizonte
Mantenho a fé enquanto vale
Agradeço quando em monte
Sendo rio de longo curso
Não esqueço a minha fonte
Mantenho a fé enquanto vale
Agradeço quando em monte
Sendo rio de longo curso
Não esqueço a minha fonte
Em oitavas notas altas
Surgem hinos, soam sóis
Escala pentatônica
Sustenidos e bemóis
Surgem hinos, soam sóis
Escala pentatônica
Sustenidos e bemóis
Percorrendo superfícies
Percebo a vida me levando
Por planaltos e planícies
Vez sem rumo, sigo orando
Percebo a vida me levando
Por planaltos e planícies
Vez sem rumo, sigo orando
Sou assim um tanto estranho
Busco a paz como bandeira
Perco o foco, pouco sonho
Solto o freio na ladeira
Busco a paz como bandeira
Perco o foco, pouco sonho
Solto o freio na ladeira
Frio que sua até que esquenta
Sangue ferve em poucas veias
Meio louco quem aguenta?
Sangue ferve em poucas veias
Meio louco quem aguenta?
Quero ter em minhas teias
O que quero em vida minha
Penso muito, peço pouco
Ah saudade reprimida!
O que quero em vida minha
Penso muito, peço pouco
Ah saudade reprimida!
Barco em tela
Azul vejo em cores distintas
Branco faz pra mim que cor
Negra noite de lua dormida
Que tem cheiro e sabor
És sentido imaginável
És flor de fruta pão
Verde mágoa sem motivo
Sete léguas sem razão
És flor de fruta pão
Verde mágoa sem motivo
Sete léguas sem razão
Me tatua, marca, pigmenta
Grava em mim uma aquarela
Tons de cinza, anil, magenta
Sou de ti um barco à vela
Grava em mim uma aquarela
Tons de cinza, anil, magenta
Sou de ti um barco à vela
Sopra-me a calmaria
Faz pequena a imensidão
Mostra-me as três Marias
Faz bater meu coração
Faz pequena a imensidão
Mostra-me as três Marias
Faz bater meu coração
Apanha-me em teus braços
Silencia a multidão
Ouço passos do passado
Bate à porta, estende a mão
Silencia a multidão
Ouço passos do passado
Bate à porta, estende a mão
Tendo em tela um barco à vela
Ali parado, solidão...
Não há vento nem vontade
Só lamento e gratidão...
Ali parado, solidão...
Não há vento nem vontade
Só lamento e gratidão...
Arco-íris de sentimento
Aparece por momentos
Rasga o peito, vira a noite
Bate em mim tal qual açoite
Aparece por momentos
Rasga o peito, vira a noite
Bate em mim tal qual açoite
Fim!
...
Antes fosse simples assim
...!
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