sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Porto Solidão (Zeca Bahia e Gincko)

Se um veleiro
Repousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração...


Meu coração
A calma de um mar
Que guarda tamanhos segredos
Diversos naufragados
E sem tempo...


Rimas, de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando
Contra o cais...(2x)


Se um veleiro
Repousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração...


Meu coração
A calma de um mar
Que guarda tamanhos segredos
Diversos naufragados
E sem tempo...


Rimas, de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando
Contra o cais...(4x)


Rimaaaaaas!
A solidão que fica e entra
Me arremessando
Contra o cais...


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Meninos (Juraildes da Luz)

Vou pro campo, no campo tem flores
As flores têm mel mais à noitinha
Estrelas no céu, no céu, no céu


O céu da boca da onça é escuro
Não cometa, não cometa, não cometa furo
Pimenta malagueta não é pimentão, tão, tão, tão


Vou pro campo acampar no mato
No mato tem pato, gato, carrapato
Canto de cachoeira
Dentro d'água pedrinhas redondas
Quem não sabe nadar, não caia nessa onda
Que a cachoeira é funda e afunda


Não sou tanajura, mas eu crio asas
Com os vagalumes eu quero voar, voar, voar
O céu estrelado hoje é minha casa
Fica mais bonita quando tem luar, luar, luar

Quero acordar com os passarinhos
Cantar uma canção com o sabiá

Dizem que verrugas são estrelas
Que a gente aponta, que a gente conta
Antes de dormir, dormir, dormir
Eu tenho contado, mas não tem nascido
Isso é história de nariz comprido
Deixe de mentir, mentir, mentir

Os sete anões são pequeninos
Sete corações de menino
De alma leve, leve, leve
São folhas e flores ao vento
O sorriso e o sentimento
Da branca de neve, neve, neve


Quero acordar com os passarinhos
Cantar uma canção com o sabiá

Through her eyes (John Petrucci)

She never really had a chance
On that fateful moonlit night
Sacrificed without a fight
A victim of her circumstance


Now that I've become aware
And I've exposed this tragedy
A sadness grows inside of me
It all seems so unfair


I'm learning all about my life
By looking through her eyes


Just beyond the churchyard gates
Where the grass is overgrown
I saw the writing on her stone
I felt like I would suffocate


In loving memory of our child
So innocent, eyes open wide
I felt so empty as I cried
Like part of me had died


I'm learning all about my life
By looking through her eyes


And as her image
Wandered through my head
I wept just like a baby
As I lay awake in bed


And I know what it's like
To lose someone you love
And this felt just the same


She wasn't given any choice
Desperation stole her voice
I've been given so much more in life
I've got a son, I've got a wife


I had to suffer one last time
To grieve for her and say goodbye
Relive the anguish of my past
To find out who I was at last


The door has opened wide
I'm turning with the tide
Looking through her eyes
 
 
Pelos olhos dela
 
Ela nunca teve realmente uma chance
Naquela decisiva noite enluarada
Sacrificada sem uma luta
Uma vítima das circunstâncias

Agora que eu estou a par
E eu expus esta tragédia
Uma tristeza cresce dentro de mim
Tudo isso parece tão injusto

Eu estou aprendendo tudo sobre minha vida
Olhando pelos olhos dela

Logo além dos portões do cemitério
Onde a grama está alta
Eu vi a escritura na sua pedra
Eu me senti como se estivesse sufocando

"Em doce memória de nossa filha
Tão inocente, olhos bem abertos"
Eu me senti tão vazio enquanto chorava
Como se parte de mim tivesse morrido

Eu estou aprendendo tudo sobre minha vida
Olhando pelos olhos dela

E enquanto a imagem dela
Vagava pela minha cabeça
Eu chorei como uma criança
Enquanto deitava acordado na cama

E eu sei como é
Perder alguém que você ama
E eu me senti exatamente igual

Ela não teve nenhuma opção
Desespero roubou sua voz
Eu ganhei muito mais na vida
Eu tenho um filho, eu tenho uma esposa

Eu tive que sofrer uma última vez
Para pesar por ela e dizer adeus
Aliviar a angústia do meu passado
Para descobrir finalmente quem eu fui

A porta se escancarou
Eu estou mudando com os acontecimentos
Olhando pelos olhos dela
 
 
 

Primavera (Cassiano / Silvio Rochael)

Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti


Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor


Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)


Meu amor...
Hoje o céu está tão lindo (sai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (sai chuva)


Pra rua me levar (Ana Carolina / Totonho Villeroy)

Não vou viver
Como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
Às vezes ando só trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão


Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora


Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você


É, mas sei que ainda há muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas talvez você nem queira ouvir


Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora


Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sonho de uma flauta (O Teatro Mágico)

Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz


Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa


Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá


A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração


A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes né doce não


Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum... E o mundo é perfeito
Hum... E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito


Eu não pareço meu pai
Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Sei que incerteza traz inspiração


Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso


Tem riso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia


Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito


Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais


Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar


Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito...


Eterno aprendiz (Gonzaguinha)

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...


Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...


Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...


Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...


Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...


E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...


Mas e a vida
Ela é maravida
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...


Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota é um tempo
Que nem dá um segundo...


Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...


Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida e viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...


Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser...


Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...


E a pergunta roda
E a cabeça agita
Fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...


Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...


Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...


Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...


Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...


Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...


Ah meu Deus!Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...


Ocaso

Ainda vejo no horizonte aquela luz do sol poente
Indo embora, escurecendo, nos deixando de repente
Não tem jeito, não há planos, que retardam o movimento
Seja hoje ou outro dia, sempre vai em um momento
Neste tempo de resguardo, aproveito o ensejo
Para ver o que não via ... deste lado sempre vejo
Uma imagem distorcida, sempre fria e distante
Que jamais me apercebi do valor daquele instante
Seja ponto ou contra ponto, contrapondo o argumento
Traço reta, faço curva, uso lápis cor magenta
Sem borracha nesta vida ... nada se apaga, só lamenta ...
Já não vejo no horizonte aquela luz do sol poente
Foi-se embora, escureceu, não precisa  mais da gente
Mas só o amanhã mostrará que não é assim ...
Independente

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Socorro (Arnaldo Antunes / Alice Ruiz)

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...


Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...


Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...


Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro! Eu já não sinto nada...


Socorro!
Não estou sentindo nada [nada]
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir...


Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Eu Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...


Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...


sábado, 10 de setembro de 2011

Sem mágoas

Peito aberto assim encaro
Tudo aquilo em que tropeço
Logo em pé me faço aço
Assim forjo o recomeço
Ah se fosse assim tão fácil
Não que seja impossível
Basta crer e ser você
No momento mais difícil
Quando batem não revido
Sou silêncio percebido
Talvez seja até pior
Que um tapa ao pé do ouvido
Não machuca, mas corrói
Vagarosa assim na mente
Dia a dia pouco a pouco
Consumindo sutilmente
Mas pra mim há tantas coisas
Que ocorrem nesta vida
Neste mundo tão pequeno
Exaltando nossa lida
Que de noite quando durmo
E acordo noutro dia
Não há mágoas em meu peito
Que me façam companhia

Pequenez

Mesmo tenso peço ao vento
Que me leve para um canto
Longe disto tudo pronto
Sendo mesmo tudo vento
Que me leva em pensamento
Penso mais não ser direito
Quero sim neste momento
Ser levado pelo vento
Lá de cima tudo muda
Tudo fica tão pequeno

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Curtas V

Amalgamada vida se torna quando perdemos o senso daquilo que reage, e como reage, perante nossas ações inóspitas muitas das vezes não percebidas pelo cabresto que nos guia.