quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Deveras

Por onde anda a felicidade que procuras
Se não em ti, ao certo imagina
Distante lugar de difícil acesso
Interioriza um sentimento de repulsa
Engrandece pequenos obstáculos
Não os trata como deviam
Simples, pequenos, possíveis degraus
Enxerga-se pequeno tamanha ira
É passado o momento da mudança
É presente o tempo do renascer
É futuro que espera o despertar
Levante, ande!
Abra o peito para o novo
Feche o coração para a mágoa
Abra a cabeça na esperança sincera
De um recomeço merecido
De uma nova chance
Para uma nova vida
De um novo ser
Que caminha
Em busca da felicidade
Sem ao menos saber
O que é ser feliz
Mesmo sendo
Deveras

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bate Bombeia

Quando olho no espelho quase sempre não me vejo
Como vêem os outros que me olham pelo espelho
Como pode um mesmo espelho ser assim sem partido
Se partido quebra o todo ainda assim o mesmo inteiro
Não me vejo mais inteiro só em partes, quase um todo
De cima para baixo, coração na cobertura
Não preciso mais de espelho!
Me vejo inteiro, mesmo em partes
Pois vejo a parte, a cobertura
Que não só cobre como recheia
Bate e bombeia, bate e bombeia
Bate
Bombeia
Bate
Bambeia
Bate
Bate
Bate
(...)
Bombeia

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Adeus aos navegantes


Navegar é preciso;  viver não é preciso
Fernando Pessoa encantou-se
Com gloriosa frase de antigos navegadores
Compartilho tal encanto aumentando o meu ponto
Onde se confundem a necessidade e a exatidão
Onde cada qual navega na vida não precisa
Com a precisão inexata da circunstância
Que faz com que a necessidade da vida
Seja posta em xeque
Perante a precisão do caminho
Contrapondo o desfrute do mar aberto
Imensidão, imensidão perdida
Proveito só do que é preciso
O desconhecido permanece
Ao navegante impreciso
Que sabe que a vida não é precisa
Somente necessária ...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Divã

Nada me afeta sobremaneira
Na busca sincera do ser e não ter
Tendo sido o que sou, existo!
Falta ainda mais ao ser que ao ter
Ser forte e flexível
Ser justo e não cruel
Ser aquilo que eu sou
Ser exemplo mesmo sozinho
Carece na existência um caminho
Preenchido com migalhas
Trilhando a volta segura
Das idas em busca de algo
Que acho que preciso
Com a certeza exata
Que não sei o que é
Nada me afeta sobremaneira
Exceto eu!