quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Silêncio


O silêncio destrói
Queres ouvir, queres saber
Queres poder contestar
Mas torna-se impossível
Diante do silêncio
Torna-se ridículo
Diante do silêncio
Então imaginas
Cria tua versão
E aumenta a cada pensamento
E piora a cada momento
Constrói um monstro dentro de ti
Faminto por justiça, a tua justiça
Aquela nascida em tua história
Aquela que só você conhece
Aquela que você alimenta a tua maneira
Que te consome, te atormenta
Queres respostas para satisfazer teu ego
Queres sentir-se mais leve
Queres qualquer coisa
Uma verdade, um agradecimento, uma ofensa
Queres qualquer coisa
Menos o silêncio

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Passagem


Não há brasa que perdure no peito
Nem de jeito neste coração pequeno
Cabe o mundo inteiro dentro
O meu mundo, tão pequeno

Tem coisas, animais e gente
Gente viva e que viveu
E ainda vive noutro mundo
Cada mundo com o seu

Mas sabe lá o que me espera
Nesta vida que carrego
Mulher e filhas adoráveis
Que por vezes me carregam

Das pedras não reclamo
Nem das voltas do caminho
Se tropeço já levanto
Toda rosa tem espinho