sábado, 21 de setembro de 2013

Coesias antilassônicas

Escrever pode até ser uma arte, mas antes disto é um direito.

Todos temos o direito de escrever, de usar as palavras, brincar com elas e organizá-las criando um sentido, expressando um sentimento, um pensamento, uma vivência, um momento, uma carência, uma indignação, um "sei lá o que" que é preciso ser escrito, ser posto para fora, ser compartilhado, para ser lido ou ignorado.

As palavras são muitas, centenas, milhares e por que não infinitas?

Por que devemos nos limitar nas palavras que conhecemos ou que possamos procurar para saber como e onde usar?

Entendo que a vida é mais complexa e subjetiva, e que palavras e significados reunidos em um dicionário nem sempre poderão ajudar, ainda mais quando se trata de sentimentos. Palavras ligadas à sentimentos não podem, ou não devem, ter o mesmo significado, a mesma intensidade, a mesma frieza de leitura e interpretação, pois as pessoas são diferentes, os sentimentos são diferentes, e talvez nem existam palavras que consigam expressar estes sentimentos.

Da mesma forma entendo, que não se pode, ou não se consegue, medir sentimentos, sejam eles quais forem, como a dor, o amor, a saudade, a raiva, entre tantos outros que somente cada um de nós consegue sentir e nem sempre entender, o que dificulta ainda mais expressá-los através de palavras.

Sendo assim, vejo então, que para expressar verdadeiramente e completamente um sentimento é preciso mais que palavras, nossos atos ajudam bastante nestas horas, a distância atrapalha, pois por vezes, basta um olhar, um sorriso, um abraço, um aperto de mão para que nossos sentimentos sejam expostos e magicamente entendidos, mesmo que nem sempre correspondidos.

Mas voltando nas palavras, existe uma (mesmo que seja criação minha) que recentemente comecei a usar para representar nossos atos comuns feitos com mais cuidado, presteza e carinho do que convencionalmente fazemos nossos atos comuns. Para esta palavra dei o nome de "coesia", no sentido de trazer poesia a cada coisa que fazemos nesta vida. Justamente por entender que uma poesia raramente nasce sem cuidado, presteza ou carinho na escolha das palavras, das rimas, do sentido e nesta poesia encontra-se o maior esforço de expressar um sentimento, o qual já vimos a dificuldade de fazê-lo através de palavras somente.

A expressão "Coesia Antilassônica" surge então neste sentido, de fazer as coisas com mais cuidado, presteza e carinho, sejam elas quais coisas forem. O termo antilassônico, que também adaptei, vem do adjetivo "lasso", este existe no dicionário, que significa cansado, entediado, que sente profunda fadiga física, abatido.

Desta forma, o que proponho então, é viver cada segundo de nossa vida com coesia, nos tornando soldados do bem, em busca de um mundo melhor, lutando contra o tédio e a mesmice deste mundo lasso!


Mundo lasso!
Donde parte faço o meu
Resgato e transformo em quimera
Com brilho e cor de primavera
Onde a saudade não prospera
Mas eu e meu mundo nada são
Antes fosse nosso!
E para isso faço votos
Que dele faça parte
E que dessa arte
Possamos ...

Desvanecer!

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