sexta-feira, 27 de julho de 2018

Cá com meus botões...


Raros entre nós são pessoas que sorriem com o brilhar dos olhos, pois o da boca, além de ser externo, é facilmente calculado.

Quem é de verdade sabe quem é de mentira...

Entre bom dia, boa tarde e boa noite, nada há senão espaços de tempo vazios.

Mais raros ainda entre nós, são pessoas que de fato conseguem se colocar no lugar dos outros e desta proeza magistral se tornam exemplos desapercebidos em meio a não raros focos de nada.

Na era da essência perdida, mais vale o que se fala.

Na era da essência perdida, mais vale o que se mostra.

Ser e estar cada vez menos conjugados perdem lugar ao ter e parecer.

Ouvir e acolher esforçam-se para preencher rotinas atribuladas.

Plantar, semear, cuidar e esperar perdem sentido com colheitas impróprias, desproporcionais e ilegítimas.

Paciência torna-se refém do interesse e da má vontade e é confundida com tolice pelos que a usam indevidamente.

Educação, empatia e simpatia não são entendidas como se devem abrindo caminho para perigosas pseudo intimidades.

Pessoas julgam-se conhecedoras de assuntos os quais não passaram do prefácio, visto que o difícil dá trabalho.

Opiniões tornam-se armas de única bala, disparadas contra o vento, ecoando triste em busca de um alvo fatal.

Sentimentos são levados ao extremo, raiva, dor, amor, felicidade, saudade, solidão, ódio, compaixão e pena, invertendo ordens, valores e pudores.

A falta de equilíbrio de maneira generalizada é estigmatizada pelos reveses desta vida.

A vida cada vez mais perde a chance de mostrar que pode ser boa e justa.

Enquanto a morte, de tal sorte, calada fica à espera de términos precoces de vidas sem sentido que tanto foram sem nada terem sido!

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